Em 2012 li em alguma página da fétida revista Veja que “Hoje em dia tem mais gente sabendo quais ministros compõem a Suprema Corte do Brasil do que a escalação da Seleção Brasileira de Futebol”. Tal afirmação se deve à exposição do julgamento do mensalão pela mídia no ano passado, desde que comecei assistir televisão nenhum outro processo judicial recebeu tanta atenção do meio de comunicação. Não me contentando com o senso comum a respeito do assunto (Barbosa é o herói, Lewandoski é o vilão o resto é manipulado) me atrevi a assistir uma sessão completa do julgamento na TV Justiça e fui me acostumando com os magistrados e suas peculiaridades como, por exemplo, o eterno desconforto físico de Joaquim Barbosa, as inserções poéticas de Ayres Britto e os discursos com mais de uma hora de duração de Marco Aurélio. A formação de uma corte jurídica me lembra até os doze cavaleiros de ouro do Santuário, cada um com sua personalidade, mas imbuídos do mesmo poder (e ainda usam capa).
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Luiz Fux e Rosa Weber são ministros que foram nomeados recentemente |
Um fato triste porém já esperado foi notar como boa parte da população brasileira deixou-se levar pela inescrupulosa imprensa nacional que acabou transformando Ricardo Lewandoski em uma espécie de “capanga do PT corrupto”. Nota-se que essas pessoas não se deram o trabalho de pesquisar a vida profissional do ministro e nem o julgamento.
Eu, que não tinha interesse nenhum por Direito antes de assistir as sessões do STF, posso dizer que elas me ajudaram muito a ampliar minha visão de mundo. Estou ávido por saber como surgiu e como funciona a máquina pública, também quero melhorar minha capacidade de argumentação (antigamente achava que só quem tinha uma voz boa podia falar bem, antigamente, antes de ouvir o Min. Celso de Mello com sua língua presa). Recomendo a todos estudarem Direito, mesmo que não pretendam fazer o curso superior.
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