domingo, 17 de março de 2013

Análise: Vampiro o Réquiem

Pode ficar tranquilo que não adicionaram elementos da saga Crepúsculo
para agradar a nova geração.
    Criar uma nova versão de um jogo já consagrado como Vampiro: a Máscara (V:aM) é sempre um risco. Muita gente que tinha o livro antigo gravado na cabeça temia o que o pessoal da White Wolf podia fazer com seu jogo preferido. Acho o V:aM um excelente RPG mas pelo que li,Vampiro: o Réquiem(V:oR) supera seu antecessor em diversos aspectos.
    Anne Rice na década de 70 resolveu destruir o estereotipo de "vampiro monstro do castelo" e resolveu imaginar como seria o pensamento de alguém que tem vida eterna, precisa se alimentar de sangue humano e não pode ver o sol. O vampiro da escritora é alguém que conquistou um poder quase ilimitado que muitos seres humanos almejam, alguns de seus personagens gostam disso e outros não, mas a imortalidade com um tempo acaba tornando todos eles melancólicos e em busca de algum sentido para a sua não-vida, isso quando não se transformam em psicopatas sádicos. A incapacidade dos personagem de ver graça em alguma coisa depois de séculos vagando na terra foi o que me chamou a atenção nas Crônicas Vampirescas de Anne Rice.
    E você pergunta o porquê desse segundo parágrafo? Bem, os vampiros dos jogos da White Wolf sempre foram uma cópia de Lestat e companhia, só escrevi pra você ter uma noção das origens do jogo :)
    Voltando a análise do Requiem, pra resumir o livro só perde para a publicação anterior no quesito arte, porque praticamente todas as coisas que não funcionavam no cenário e nas regras foram corrigidas. Por exemplo, no V:aM a única origem do livro básico era de que todos os vampiros eram descendentes de Caim (aquele que matou o irmão na Bíblia) e no novo jogo não há origem oficial, apenas várias suposições como a da facção que acredita que o primeiro sangue-suga foi o centurião que feriu Jesus na cruz com uma lança.


    Apesar do jogo ainda fazer uso dos dados de 10 faces (que aqui na cidade você só consegue encomendando), as regras de combate melhoraram bastante, até porque do jeito que estavam era difícil piorar. Foi incluso também um detalhado sistema de loucura, pois se tratando de um RPG de horror, é bem provável que a insanidade ou a auto-destruição seja o destino dos personagens e também há formas do seu vampiro criar uma linhagem própria. Um problema é que agora você precisa de dois livros para jogar, o manual básico do mundos das trevas e o livro vermelho do Requiem, o lado bom desse empecilho é que agora você não vê as regras se repetindo nos outros livros do Mundo das Trevas como era antigamente(Lobisomem: os destituídos e Mago: o Despertar são os que foram lançados nacionalmente)
Muita gente acostumada com o jogo anterior não gostou do cenário de V:oR mas eu o achei ótimo. Tudo bem que tem algumas partes superficiais (a descrição do clã Mekhet é meio genérica) porém nada que um suplemento ou um pouco de imaginação dos jogadores não resolva. V:oR certamente não vai pegar no Brasil como seu antecessor porque RPGs de mesa não tem a mesma popularidade de antes, mas não deixa de ser um grande jogo.

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